Atualizada em: 27/07/2012
Uma das razões do crescimento do pilates foi atender um público interessado na atividade física, mas pouco afeito ao padrão saradão associado à musculação.
Sucesso do pilates abafa riscos e limitações do método
Mas a procura também cresceu em outra ponta: pessoas preocupadas em ter um corpo bonito, músculos alongados e barriga chapada.
O método tem o que oferecer nessa área. Diferentemente da musculação, que faz o praticante treinar com a coluna fixa e exercitar músculos isolados, o pilates trabalha vários grupos musculares e diferentes formas de articulação da coluna.
Um dos conceitos básicos da técnica é fortalecer o centro do corpo e a musculatura abdominal profunda. A ênfase no abdome é considerada um trunfo do pilates, mas também é alvo de questionamentos.
Karime Xavier/Folhapress | ||
A publicitária Débora Bacaltchuk em aula de pilates com Alexandre Ohl, na Bodytech, em São Paulo |
"Na cavidade abdominal estão todos os órgãos. Se há um reforço muscular muito intenso nessa região, aumenta a pressão sobre os tecidos que envolvem os órgãos, diminuindo a irrigação sanguínea e a transmissão de estímulos neurais", diz o fisioterapeuta Leonardo Machado.
Com o passar do tempo, essa pressão intra-abdominal excessiva pode causar disfunções endócrinas, gastroenterológicas e cardiovasculares, afirma o fisioterapeuta.
GRAÇA DOS MÉDICOS
Para quem não tem desequilíbrios ortopédicos ou orgânicos e quer resultados estéticos, o pilates é uma ferramenta com vantagens e desvantagens em relação às demais opções. Pode ser boa conforme os objetivos, mas não dá tudo e o céu também.
"Não há técnica soberana. Mas como o pilates caiu nas graças de médicos e é associado a bailarinos, com seus corpos incríveis, muitos acham que faz milagre", diz a fisioterapeuta Janaína Cintas.
Quem precisa ou quer hipertrofiar os músculos, por exemplo, vai se beneficiar menos do pilates do que da musculação, diz o educador físico Alexandre Ohl.
Em casos de osteoporose, também há limitações na prática. "Quase 80% dos exercícios tradicionais envolvem curvar a coluna para frente. O movimento pode causar fraturas nos ossos mais porosos", diz a professora de pilates Alice Becker.
A publicitária Débora Bacaltchuk, 33, que pratica há dois anos, é entusiasta do método. Mas ela se diz consciente de que não pode esperar tudo de uma só atividade.
Débora treina duas horas todos os dias da semana: dois dedicados ao pilates e três, à musculação e à corrida. "Para ficar com o corpo bonito sem ser bombada, só investindo alto em tempo e dinheiro. Para mim, vale a pena."